Foto: Giovani Pagotto/Governo-ES
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, participou, na tarde desta segunda-feira (28), do encontro dos signatários da campanha Race to Zero no Brasil, em São Paulo. O evento marcou o lançamento da Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), uma coalizão global das principais instituições financeiras comprometidas em acelerar a descarbonização da economia. O intuito é reunir o setor financeiro para acelerar a transição para uma economia líquida zero.
O evento foi realizado em São Paulo (SP), com a presença do presidente da COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em novembro de 2021 na Escócia), Alok Sharma. O governador Renato Casagrande foi escolhido como presidente do Consórcio Brasil Verde, iniciativa que reúne os chefes dos Executivos de 25 estados brasileiros que visa à articulação internacional dos Estados e a organização de ações internas na área ambiental.
“Estou neste evento representando os Governadores pelo Clima, por meio do Consórcio Brasil Verde. Ao todo, 25 governadores já assinaram o consórcio que está em implementação e 14 já assumiram o compromisso com o Race to Zero [agenda global que tem a meta de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050]. Não seremos os principais tomadores de financiamentos, o que caberá ao setor privado. Contudo, temos um papel importante de mobilizar o setor privado de cada Estado a fazer sua parte”, pontuou o capixaba.
Casagrande lembrou que uma parte da implementação dos planos de descarbonização cabe aos governos e outra ao setor privado. “Quando fazemos o debate sobre oportunidades é a chance do setor financeiro em investir nessa área. Todos estão se voltando para a economia verde. É a chance de construirmos uma geração de emprego e renda dentro de uma visão nova dentro da economia mundial e brasileira. É uma forma também de os estados darem sua contribuição dentro do compromisso que assumimos em Glasgow e na Conferência de Paris sobre o Clima [COP-21]. Ainda é uma oportunidade de mobilização entre Estados e iniciativa privada”, destacou.
O governador do Espírito Santo já havia representado os governadores brasileiros durante a COP-26, em Glasgow. Na ocasião, o capixaba se encontrou com o Príncipe Charles e com o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, além de representantes da China, da União Europeia, empresários e ONGs. Em agosto do ano passado, o Espírito Santo também aderiu oficialmente às campanhas “Race to Zero” (Corrida para o Zero) e “Race to Resilience” (Corrida para a Resiliência), da Organização das Nações Unidas (ONU), visando à redução de emissões de gases, à resiliência climática e à neutralização de emissões líquidas.
O presidente da COP-26, Alok Sharma, parabenizou o governador Renato Casagrande pela adesão dos Estados no Consórcio Brasil Verde e à campanha Race to Zero. “É um prazer voltar ao Brasil. Para se atingir as metas serão necessárias trilhões de dólares por ano para serem implementadas. O plano de transição para a descarbonização tem que acontecer. Isso é um requisito básico se quisermos chegar ao Race to Zero. Quero agradecer ao governador Casagrande por juntar os governadores nessa campanha. Já são 70% da economia brasileira no Race to Zero, mas o senhor citou um ponto importante: ‘todos os governadores precisam aderir’”, declarou.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fabrício Machado, que acompanhou o governador capixaba no evento, os compromissos assumidos e ratificados na COP-26 de neutralidade de carbono em 2050 estão entre as prioridades no planejamento dos órgãos do Sistema de Meio Ambiente e também fazem parte das demandas do Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas, que está elaborando o Plano Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e indica a necessidade de buscar apoios a fontes internacionais de financiamento e suporte técnico para implementação das ações sugeridas.
“O Plano Estadual de Mudanças Climáticas se tornará um instrumento valioso na política capixaba para enfrentar, adaptar e mitigar os efeitos das mudanças climáticas e preservar os recursos hídricos no Espírito Santo. Ele está em processo de construção no Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas, que é representativo, técnico e paritário. O Fórum está imerso neste propósito: alinhado com os compromissos assumidos nacional e internacionalmente e que precisam ser respondidos com ações assertivas urgentes, eficazes e inteligentes”, afirmou Fabricio Machado.
O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos acrescentou: “Aumentar a resiliência do Estado, com projetos e ações articuladas com relação a obras de infraestrutura, com gestão e iniciativas ligadas à adaptação do Espírito Santo à nova conjuntura climática já fazem parte do bojo propositivo pretendido do PEMC. Fazendo-se necessários grandes investimentos e parceiros. Além destas, definir outras estratégias para a questão energética, para o mercado de carbono, para os aspectos financeiros ligados ao estímulo da economia e produção industrial, relacionados à neutralidade de emissões, também estão entre as questões que estarão no Plano Estadual.”
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