A equipe técnica da Superintendência de Políticas Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente (SPA/Sema), capitaneada pelo especialista em gestão de recursos hídricos da Sema, Zoltan Romero, apresentou ao secretário da pasta, João Carlos Oliveira, um projeto de segurança hídrica para Ilha de Itaparica. O estudo tem como principal objetivo estabelecer um equilíbrio entre a demanda e a oferta de água para população da Ilha, composta pelos municípios de Vera Cruz e Itaparica, a partir do aproveitamento de água subterrânea. O projeto prevê ainda a implantação de cisternas para captação de água da chuva, como alternativa aos poços rasos atualmente utilizados, e melhoria e implementação de um sistema de esgotamento sanitário adequado, seguro e sustentável.
O projeto está dividido em três etapas, a implantação de poços profundos; a construção de cisternas rurais, e a garantia de um serviço de esgotamento sanitário sustentável. “Com vazão média de 25 metros cúbicos, cerca de 20 poços profundos, operando 12 horas por dia, poderiam atender 50 mil pessoas, o que contemplaria toda população atual da ilha, com uma vazão média diária de 120 litros por dia. Estes poços estariam ligados à estação de tratamento de água da Embasa reduzindo o custo da empresa com tratamento. Isso, além de garantir o abastecimento de água dos moradores, permitirá atender as demandas nos picos turísticos e poderá preparar a Ilha para o aumento populacional resultante da construção da ponte Salvador-Itaparica”, explicou Zoltan.
A segunda etapa do projeto visa substituir os poços rasos, utilizados por pessoas de baixa renda e que podem ocasionar sérios danos à saúde e ao meio ambiente, por cisternas rurais, que captam e armazenam a água da chuva e já são amplamente utilizadas no semi-árido baiano. A última etapa para alcançar o objetivo da segurança hídrica na Ilha de Itaparica depende da devida destinação do esgotamento sanitário e resíduos domésticos da população. O sistema apresentado favorece a compostagem de resíduos orgânicos onde o produto final é um material estável que pode ser utilizado como fertilizante agrícola. Ao todo, o projeto prevê a construção de 20 poços profundos, dez mil cisternas rurais, e mil sistemas de saneamento básico. O custo total do projeto dependerá do número ativo das estruturas implementadas e da mobilização da equipe para a socialização do projeto.
Para o secretário do Meio Ambiente, “além de garantir o fornecimento de água para os moradores, e atender as demandas nos picos turísticos, o projeto prepara a Ilha para o aumento da população com a construção da ponte Salvador-Itaparica, e deverá contar ainda com plano de Educação Ambiental para conscientização da comunidade local. O próximo passo será apresentar a proposta aos órgãos afins, a exemplo da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Embasa, estabelecendo parcerias que possam viabilizar um desenvolvimento ambientalmente sustentável”, afirmou João Carlos.
A reunião ocorreu por meio da plataforma teams, e contou com a participação do superintendente da SPA, Claudemir Nonato, e das assessoras técnicas da Sema, Larissa Cayres e Júlia Mansur.