Semas e Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos (CPRH) promoveram nesta quinta (31) a soltura de 64 papagaios-verdadeiro em área rural de Lagoa Grande/PE
“É a volta para casa desses animais. É fundamental que eles possam viver livremente em áreas de preservação. Em Pernambuco, temos 82 Unidades de Conservação, particulares ou estaduais, que trabalham para manter a fauna e a flora preservadas, garantindo sustentabilidade para o meio ambiente”. Dessa forma, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, definiu a importância da soltura de 64 papagaios -verdadeiro (Amazona aestiva), realizada nesta quinta–feira (31) no distrito de Juntaí, área rural de Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco.
As aves integram o projeto Papagaio da Caatinga, iniciado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e que, em 2014, passou para a coordenação da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O projeto já havia devolvido ao habitat natural 289 papagaios-verdadeiro em Pernambuco, número que subiu para 353 com a soltura desta quinta. O diretor presidente da CPRH, Djalma Paes, lembrou que os papagaios passaram quase um ano sendo reabilitados para retornar à natureza, reaprender a voar e a buscar alimentos. “A conscientização das pessoas para apreciar eles na natureza é fundamental”, completou.
Foi a primeira soltura dessas aves em nova área que passou a ser monitorada pela CPRH em Lagoa Grande – outras duas áreas também são monitoradas, uma em Salgueiro e a outra em Exu. O coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara) e do projeto Papagaio da Caatinga, o biólogo Yuri Marinho Valença, revela que muitos desses animais foram apreendidos em operações contra o tráfico de animais silvestres. “Eles passaram por uma reabilitação de quase um ano para voltar à natureza, onde agora vão viver livres, juntos com outras espécies, e procriar. Eu fico sem palavras em dar uma segunda chance para esses animais e ajudá-los na conservação da espécie”, disse.
O projeto tem o apoio do Centro de Manejo da Fauna da Caatinga (CemaFauna), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), com sede em Petrolina. De acordo com os pesquisadores, o papagaio -verdadeiro é uma das espécies mais visadas pelo tráfico de animais silvestres, devido as suas características falar. A Gerente Técnica e bióloga do Cetas e das coleções científicas do CemaFauna, Tereza Cristina Castellano, afirma que "é muito gratificante o resultado de um trabalho de poder restituir para o ambiente deles, que é a Caatinga, de onde eles nunca deveriam e poderiam ter sido retirados”.
Texto e fotos: Patrícia Correia