Hastes do capim-dourado poderão ser coletadas a partir da próxima quarta-feira, 20 - Foto: Fernando Alves/Governo do Tocantins
Festividades antecedem o início do período liberado pelo Naturatins em que as hastes do capim-dourado estão secas e maduras para sem coletadas
A partir desta sexta-feira, 15, até o domingo, 17, acontece na comunidade Mumbuca, no município de Mateiros, a Festa da Colheita do capim-dourado, período que antecede a liberação da coleta das hastes da herbácea que se inicia a partir da próxima quarta-feira, 20, e segue até o dia 30 de novembro. O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) é o órgão ambiental responsável pela gestão do Parque Estadual do Jalapão (PEJ), a Unidade de Conservação (UC) onde a comunidade está localizada.
Durante as festividades, o Naturatins faz a entrega das licenças, documento obrigatório para coleta, manejo e transporte do capim-dourado e buriti. Artesãos, extrativistas, agricultores familiares e produtores rurais que possuem campos de buriti e/ou capim-dourado tiveram até o último dia 31 de julho para emissão da licença ou revalidação. A verificação do documento emitido é a forma como o Naturatins fiscaliza e coíbe a coleta, o manejo e o transporte ilegais e a biopirataria.
Os beneficiários da licença seguem orientações para executarem de forma correta a coleta, o manejo e o transporte dessas espécies para que todo o processo seja feito de forma sustentável. Conforme levantamento da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DBAP), em 2022, foram 276 licenças emitidas. Deste número, 273 foram revalidadas este ano, quando se somaram mais 210 emissões.
Na oportunidade, o órgão ambiental dialoga com a comunidade sobre o Manejo Integrado do Fogo (MIF), estratégia de gestão socioambiental que articula aspectos culturais e históricos sobre o uso do fogo. O artesanato das hastes do capim-dourado com as fibras da folha-jovem do buriti tornou-se um símbolo cultural da região, e, por conseguinte, do Tocantins para o mundo. Além do extrativismo vegetal, esta importante atividade econômica que se configura como uma das principais fontes de renda das comunidades originárias e tradicionais do Jalapão envolve o uso do fogo para estimular a floração do capim-dourado.
Realizada pela Associação do Povoado Mumbuca, a festa tem o apoio do Governo do Tocantins e conta com ampla programação, de apresentações musicais e teatrais a torneios esportivos, vivências na cultura da comunidade e exposições.
Oficinas de capacitação
As oficinas contaram com a cooperação da DBAP, por meio da Gerência de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico (GSDSE) e da Diretoria de Proteção e Qualidade Ambiental (DPQA), pela Gerência de Fiscalização Ambiental. Ao longo de seis meses, o trabalho do órgão ambiental percorreu comunidades indígenas e quilombolas de 10 municípios e mais de 300 pessoas foram informadas e orientadas diretamente sobre a prática sustentável destes recursos naturais. Nessa quinta-feira, 14, na sede do Naturatins, na Capital, representantes dos Correios, da Polícia Militar do Tocantins (PMTO), do Batalhão de Polícia Militar (BPMA), Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e Divisas (BPMRED), da Agência Tocantinense de Regulação (ATR), agentes aeroviários e rodoviários participaram de oficina com o objetivo de fortalecer as ações de fiscalização.
Fiscalização
As ações de fiscalização nos campos de capim-dourado tiveram início em agosto e seguem até o próximo dia 20 de setembro. O gerente de Fiscalização, Cândido José dos Santos Neto, explica que a ação de fiscalização objetivou o combate da colheita antecipada. "Os trabalhos se deram através da fiscalização nos campos, contamos também com a utilização de drones para maior alcance e, educação ambiental com as comunidades Mumbuca, Carrapato, Boa Esperança e Rio Novo. Já os trabalhos in loco foram concentrados nos campos da cabeceira do brejo Antônio, Podia, cabeceira do Corta Perna, Barra do Faveira, brejo do Capão, Caetano, Faveira, Rio do Meio, cabeceira das Cacimbas e morro do Porco", elencou o gerente.
Fiscais ambientais durante ações fiscalizatórias na região - Lidiane Moreira/Governo do Tocantins
Artesanato produzido na comunidade Mumbuca são vendidos em loja da associação - Fernando Alves/Governo do Tocantins